O leite de vaca, popularmente apenas chamado de leite, já que é o tipo mais consumido pela sociedade em geral, é um alimento bastante versátil. Com ele nós podemos fazer manteiga, diversos tipos de queijo, creme de leite, iogurte e diversos outros produtos, além dele ser um ingrediente amplamente utilizado nos mais diversos pratos e receitas, sejam eles doces ou salgados.
O consumo de leite e seus derivados se dá em diversas culturas, se não em todas. O ser humano, porém, é o único animal que continua a consumir leite mesmo após desmamar. Há registros datados de 5.000 a.C. da Líbia que apontam a criação de animais com a produção de leite como finalidade. As antigas civilizações suméria e egípcia também criavam animais com essa finalidade por volta de 3.500 a.C.
Apesar do leite ser consumido há milhares de anos no continente africano e sua região, na América ele não era consumido até a chegada dos europeus, que introduziram esse hábito, uma vez que vacas, dentre outros animais, eram levadas na grandes navegações, garantindo assim a alimentação de leite e carne dos exploradores.
Na Europa, o hábito de se produzir queijos e manteigas passou a ser mais difundido a partir do século XVI. Nessa época surgiram os tipos de queijos mais curados e amarelos, cuja durabilidade é maior, já que não existiam meios de se refrigerar os alimentos.
No Brasil, São Vicente foi a primeira região a receber gado bovino, no ano de 1530. A criação de gado se espalhou para o nordeste, interior de São Paulo e Centro-Oeste. No final do século XVIII, raças estrangeiras foram importadas em grandes quantidades, fato que intensificou a criação de gado no Brasil, principalmente na região Sul. Hoje, o nosso país é o sexto maior produtor de leite do mundo. A região Sudeste do Brasil é a que mais produz leite de vaca no país, e também a que mais concentra indústrias da área de produção de laticínios. A produção de leite brasileira supera até mesmo a de café e arroz.
Índice
Benefícios do Leite
O leite é um alimento carregado de cálcio e proteínas que contribuem para a formação de músculos e para a manutenção dos ossos. Entretanto, médicos e nutricionistas têm suas opiniões divididas à respeito do consumo do leite por parte dos adultos. Para alguns profissionais, o ser humano deve procurar obter cálcio através de outras fontes, como vegetais verdes, pois acreditam que o consumo de leite pode provocar inflamações, uma vez que o nosso organismo supostamente não tem condições de digeri-lo da maneira correta.
Porém, para a maioria dos profissionais o consumo de o leite, assim como os seus derivados, propicia a ingestão diária de cálcio que nós necessitamos. As principais sociedades médicas brasileiras recomendam a ingestão diária de 3 a 4 porções de laticínios.
Um estudo realizado na Universidade de Harvard com mulheres apontou que aquelas que ingeriram altas doses de vitamina D e cálcio através da alimentação, e que consomem pelo menos 2 porções diárias de leite semidesnatado, tiveram menos chance de desenvolver hipertensão arterial. Já as mulheres que consumiram leite integral não obteram os mesmos benefícios, uma vez que a gordura do leite causa danos para a saúde do sistema cardiovascular.
O leite sem lactose, apesar de ser consumido por muita gente e ser considerado uma alternativa para aqueles que têm intolerância a esse açúcar, não deve ser consumido por indivíduos que apresentam alergia ao leite de vaca. A intolerância à lactose acontece devido à deficiência por parte da enzima responsável pelo metabolismo da lactose, enquanto a alergia ao leite acontece devido à uma proteína do alimento.
No mercado já é possível encontrar leite desnatado com adição de fitosteróis, contribuindo assim para a diminuição da absorção de colesterol por parte do intestino e para a redução de seus níveis sanguíneos.
Variedades do Leite
As diversas variedades de leite que encontramos à venda apresentam diferenças no teor de gordura do alimento. Enquanto o leite integral possui 6 gramas de gordura, o semidesnatado apresenta 2 gramas, e o leite desnatado apenas 0,5 grama. Popularmente denominados de tipos A, B e C, os leites têm diferenças no modo em que são produzidos.
Leite tipo A – é o leite obtido através de um controle rigoroso e embalado na fazenda. Dentre as 3 variedades, o tipo A é o que apresenta menos micro-organismos em sua composição.
Leite tipo B – o seu processo de embalagem e pasteurização se dá na indústria, fato que o torna mais apto a se contaminar por micro-organismos.
Leite tipo C – apesar de seu processo também se dar na indústria, esse tipo de leite é submetido à um controle menos rigoroso do que o leite tipo B. Ele também apresenta menor teor de gordura.
Existe ainda o leite fortificado com vitaminas e minerais, como ferro e cálcio, cujo principal consumidor são as pessoas que necessitam de um maior consumo de certos nutrientes. O leite sem lactose, por sua vez, visa atender às necessidades do consumidor que tem intolerância a esse açúcar. O leite desnatado com adição de fitosteróis, por sua vez, contribui para a diminuição da absorção de colesterol por parte do intestino e para a redução dos níveis de colesterol no sangue, um dos fatores de risco para o desencadeamento de doenças do coração.
Dicas de Conservação do Leite
Algumas técnicas criadas ao longo dos anos possibilitou o surgimento das diversas formas de se conservar o leite. O pasteurizado, o leite em pó, o leite evaporado, o leite vendido em caixas UHT, o leite condensado e o leite desnatado são alguns exemplos de técnicas desenvolvidas com a finalidade de se conservar o leite por mais tempo.
O leite esterilizado e vendido em caixas UHT, talvez a forma mais popular de conservação do alimento, tem sua qualidade bem conservada, desde que fechado e armazenado em ambiente seco. Já o leite pasteurizado deve ser armazenado na geladeira, e dificilmente dura mais do que 2 dias, o mesmo prazo do leite UHT após ter sido aberto.
Cuidados com o Leite
O consumo de leite cru que vem direto da fazenda não é incentivado, pois o risco de contaminação é grande. Apesar de muitas pessoas ferverem o leite antes de consumi-lo, as indústrias alertam que somente o processo industrial de tratamento possibilita o extermínio dos micro-organismos que são danosos à nossa saúde.