Obesidade: O que é, motivos, tabela de classificação e Tratamento

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Obesidade

A obesidade, também chamada de nediez, ou pimelose, é uma doença multifatoral e crônica, onde a reserva de gordura corporal aumenta mais do que o necessário, fazendo com que ocorram diversos problemas de saúde e até o aumento da taxa de mortalidade. Acontece quando a ingestão alimentar é superior ao gasto energético, seja por consumo excessivo, seja por alimentação inadequada, geralmente rica em açúcar, além do sedentarismo e problemas hormonais. Apesar de ser uma doença de condição individual, há um crescimento dela na sociedade, podendo ser considerada um problema de saúde pública, uma vez que a cultura e os hábitos sociais influenciam bastante na sua ocorrência. O organismo de uma pessoa obesa pode apresentar problemas de saúde como: doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, apneia do sono e osteoartrite.
Os termos que definem o que é obesidade são absolutos, uma vez que ela pode ser avaliada como, por exemplo, através dos termos de massa corporal, como também a distribuição de massa na circunferência da cintura, além da razão entre as circunferências da cintura e do quadril. A presença da doença deve ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular, assim como outras condições médicas que possam aumentar o risco de complicações na saúde.
O IMC, abrevição de Índice de Massa Corporal, é um método bastante difundido para se medir a gordura corporal. Surgiu na Bélgica, tendo sido criado pelo matemático, astrônomo, estatístico e sociólogo Adolphe Quételet. Para calculá-lo, divide-se o peso do indivíduo, em quilos, pelo quadrado de sua altura, em metros.

Sua equação é:  IMC = kg/m². KG é o peso do indivíduo em quilogramas, e M é sua altura em metros.

IMC CLASSIFICAÇÃO
< 18.5 Abaixo do Peso
18.5–24.9 Peso normal
25.0–29.9 Sobrepeso
30.0–34.9 Obesidade grau I
35.0–39.9 Obesidade grau II
≥ 40.0 Obesidade grau III

Os médicos, em suas análises clínicas, levam em consideração a raça, etnicidade, massa muscular, idade, sexo, além de outros fatores que influenciam a interpretação do IMC. O índice superestima a gordura corporal em indivíduos que apresentam muito músculos e subestima naqueles que tiveram perda de massa corporal, como idosos, por exemplo.

Para crianças e adolescentes, O IMC também é utilizado, observando-se sempre os percentuais para idade e sexo, como critério de adiposidade. Há uma grande variedade de critérios para definir sobrepeso e obesidade na infância, o que pode dificultar as comparações entre os estudos de prevalência. O IMC não distingue entre diferentes tipos de adiposidade, alguns dos quais podem estar mais associados a doença cardiovascular. Estudos mais recentes dos diferentes tipos de tecido adiposo têm demonstrado, por exemplo, que a obesidade central (em forma de maçã, tipicamente masculina) tem uma correlação muito superior à doença cardiovascular que o IMC por si só. A circunferência absoluta (>102 cm para homens e >88 cm para mulheres) e o índice cintura-quadril (>0.9 para homens e >0.85 para mulheres) são, ambos, utilizados como medidas da obesidade central.
O IAC, abreviação para Índice de Adiposidade Corporal,é calculado pela divisão entre o produto da raiz quadrada da altura pela circunferencia do quadril e a altura. Desse resultado subtrai-se 18.Para mulheres o normal é de 21 a 32 e homens de 8 a 20.
Há uma maneira alternativa para se determinar obesidade, que é medir a porcentagem de gordura corpórea. Médicos e cientistas, em geral, chegaram ao consenso de que homens com mais de 25% de gordura e mulheres com mais de 30% de gordura são obesos. Porém, é difícil medir a gordura corporal com precisão. O método mais aceito é a pesagem do indivíduo debaixo de água, mas só é possível em laboratórios especializados que dispõem do equipamento. Os dois métodos mais simples são o teste da dobra, no qual a pele do abdómen é pinçada e medida para determinar a grossura da camada de gordura subcutânea. O outro teste é o de impedância bioelétrica, que só pode ser realizado em clínicas especializadas e não deve ser feito com frequência. Outras formas de medir a gordura corporal incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
É bastante grande o número de condições médicas e psicológicas que estão associadas à doença. São categorizadas como sendo originadas por aumento da massa de gordura a osteoartrite, apneia do sono obstrutiva e estigma social. Já as originadas pelo aumento no número de células adiposas são a diabetes, o câncer, a doença cardiovascular e a hepatite.
Dentre as causas da obesidade, as mais comuns são:

Estilo de vida

Pesquisas concluem que o aumento da incidência de obesidade em sociedades ocidentais nos últimos 25 anos do século XX teve como principais causas o consumo excessivo de nutrientes combinado com crescente sedentarismo. Embora informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos esteja bastante disponível nas embalagens dos alimentos, na Internet, em consultórios médicos e em escolas, é evidente que o consumo excessivo de alimentos continua sendo um problema. Devido a diversos fatores sociológicos, o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 1977 e 1995. Porém, a dieta, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade em boa parte do mundo industrializado nos anos recentes. Um estilo de vida cada vez mais sedentário teve um papel importante. O estresse da vida moderna e do dia-a-dia, além do sono insuficiente, também contribuem para que a doença ocorra.

Genética

O desequilíbrio metabólico que resulta em obesidade é fruto da combinação tanto de fatores ambientais quanto genéticos. Polimorfismos em diversos genes que controlam apetite e metabolismo predispõem à obesidade, mas a condição requer a disponibilidade de calorias em quantidade suficiente, e talvez outros fatores, para se desenvolver plenamente. Diversas condições genéticas que têm a obesidade como sintoma já foram identificadas (tais como Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Bardet-Biedl, síndrome de MOMO e mutações dos receptores de leptina e melanocortina), mas mutações genéticas só foram identificadas em cerca de 5% das pessoas obesas. Embora se acredite que grande parte dos genes causadores estejam por ser identificados, é bastante provável que boa parte da obesidade resulte da interação entre diversos genes e que fatores não-genéticos também sejam importantes.

Doenças

Determinadas doenças físicas e mentais e algumas substâncias farmacêuticas podem levar a uma predisposição à obesidade. Além da cura dessas situações poder diminuir a obesidade, a presença de sobrepeso pode agravar a gestão de outras. Males físicos que aumentam o risco de desenvolvimento de obesidade incluem diversas síndromes congênitas, além de hipotiroidismo Síndrome de Cushing e deficiência do hormônio do crescimento. Certas enfermidades psicológicas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade, de diabetes e de disfunções alimentares, como bulimia nervosa.

O principal tratamento para a obesidade é a redução da gordura corporal por meio de adequação da dieta e exercícios físicos regularmente, porém, mais difícil do que perder peso, é manter o peso reduzido. Entre 85% e 95 %, daqueles que perdem 10% ou mais de sua massa corporal, recuperam todo o peso perdido em dois a cinco anos. O corpo tem sistemas que mantém sua homeostase em certos pontos fixos, incluindo peso. Pessoas com IMC acima de 30 devem ser iniciadas num programa de dieta de redução calórica e exercícios, além de outras intervenções comportamentais, e estabelecer objetivos realistas de perda de peso. Pacientes com IMC acima de 40 que não alcançam seus objetivos de perda de peso (seja com ou sem medicamentos) e que desenvolvem outras condições derivadas da obesidade, podem receber indicação para realizarem cirurgia bariátrica. O paciente deve ser informado dos riscos e potenciais complicações. Terapia farmacêutica também pode ser oferecida. O paciente deve ser informado da possibilidade de efeitos colaterais e da inexistência de dados sobre a segurança e eficácia de tais medicamentos no longo prazo. A terapia farmacêutica inclui sibutramina, orlistat, fentermina, dietilpropiona, fluoxetina e bupropiona. Para casos mais severos de obesidade, medicamentos mais fortes como anfetaminas e metanfetaminas podem ser usadas, mas somente após consulta prévia com o seu médico responsável.

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